sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Série A Criatura 21/28


A CRIATURA

As apostilas 16 a 20, englobando a descrição dos Elementais, historiou o processo transformativo cujo final veio de resultar na consolidação da criatura como Ser Individual. Isto é, a nossa Mônada viajora, depois de percorrer inimagináveis evos é, finalmente, elevada à categoria de Indivíduo. Doravante pensará, decidirá e agirá por sua exclusiva vontade. De conduzido, passa a condutor.
Este coroamento aconteceu quando as forças centralizadoras, o sentimento de Egoísmo, passaram a atuar naquela consciência que se iniciava no reino Humano, criando-lhe o campo psíquico gravitacional para dentro do qual se convergiriam tudo o que lhe fosse de exclusivo interesse.
Daí, dissemos naquela oportunidade, que se estruturava o EGO, de cujas extremadas atitudes temos o termo Egocêntrico.
Entretanto, aperfeiçoar-se nesse novo ciclo que começava não seria assim tão simples, pois que, se as vivências iniciais objetivavam a consolidação total do Ser Individualizado, os instrumentos utilizados para tal, a força centralizadora, não poderia ser usada indefinidamente. No futuro, do relativismo humano, essa polaridade centralizadora teria de ser invertida.
Dentro desse planejamento, foi assim que a Mônada usando seu primeiro corpo humano deu partida à essa fantástica viagem usando o passaporte de Indivíduo.
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Naquele início de uso das vestimentas do corpo humano, os únicos recursos que a Mônada possuía para controlar tal corpo eram os reflexos instintivos oriundos dos reinos anteriores. Em razão dessa escassa disponibilidade de atributos, a vida física se compunha das sociedades que chamamos de primitivas e selvagens
A figura a seguir, 21A, ilustra essa personagem que está demonstrada em três etapas.
1 - Ativo na vida física.
2 - Corpo físico morto.
3 - Em corpo Astral no plano Astral.
O indivíduo está representado na feição de indígena para que melhor caracterize seu aspecto primitivo.
Essa criatura, então, para aquele inusitado início de povoamento das regiões secas do planeta era o que de melhor se dispunha. Portanto, a sociedade em si não era primitiva. Era, apenas, a condição possível naquele tempo, tanto quanto nossa era atual, que a consideramos moderníssima, daqui a cinqüenta mil anos será vista como primitiva.
O nobre instrutor espiritual Emmanuel, em livro de sua autoria, por título A Caminho da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, e editado pela Federação Espírita Brasileira, às páginas 28, 31 e 32, citando as condições iniciais da vida humana no planeta conta que a face da Terra se tornara uma "grande oficina". Os executores de todo o planejamento para dotar o planeta de seres inteligentes, tiveram seus percalços, e assim, os resultados iniciais foram de corpos "monstruosos". Mas prosseguiu-se nas tarefas planejadas e, após aperfeiçoamentos aplicados aos corpos Astrais daqueles principiantes à vida na Terra, logrou-se os melhoramentos estéticos que, com o passar das eras, chegaria ao que vemos, e usamos, hoje em corpo humano.
Emmanuel esclarece ainda que os aperfeiçoamentos aplicados aos corpos Astrais dos principiantes deram-se no plano Astral, nos intervalos entre reencarnações.
Naquele período, portanto, embora dentro da planificação geral pré-estabelecida, na face da Terra tudo ainda era um ensaio, se comparado com os dias atuais, onde, no trabalho de criação das formas, exercitavam-se os estagiários do Cristo Planetário.
Um adendo: No parágrafo precedente dissemos que a vivência daquela época era um ensaio, comparando-se com os nossos dias. Essa qualificação vem por força de que, do alto de nossa vaidade, nos consideramos seres completos, e que nossa civilização é plena em seus desenvolvimentos. Contudo, não ignoramos que os nossos dias também são ensaios, comparando-os com os dias dos milênios porvindouros. Afinal, a evolução é infinita e ininterrupta.
Voltemos ao tema. O indivíduo daquele período, em suas atitudes era pouco mais que um animal, da classe dos irracionais, embora a conformação fisiológica já fosse a humana.
Nesse viver pouco expressivo, novamente repetimos, se compararmos com o de nossos dias, a criatura em suas atividades só atendia os imperativos da fome, da reprodução da espécie e da defesa contra os perigos comuns, e não poucos, de um mundo ainda cheio de conturbações geológicas, e dos ataques dos animais ferozes que se contavam em quantidades imensas.
Pois bem, tinha, então, esse homem primitivo um viver simples que, contudo, eram as experiências evolutivas possíveis dele viver.
Entretanto, quando findava sua vida no corpo físico, (etapa 2 da figura 21A), e se transpunha ao plano Astral, continuava um tímido, (etapa 3 da figura), não compreendendo nada do que se passava, e quase não percebendo a mudança de plano de vida.
Naquele pasmo, permanecia inteiramente inativo, quase que em hibernação. Como seu interesse continuava voltado à vida física que perdera, passava a maior parte do tempo ligado ao ambiente selvagem que deixara.
Portanto, havia passado por uma desencarnação mas não se libertara da atração da vida física. E´ assim que na figura o representamos. Sentado e pasmado, ali está ele no plano Astral. E, obviamente, está ele, ali, em corpo Astral.
Sobre o perispírito, ou corpo Astral, nesta fase inicial do viver no reino Humano, algumas particularidades podem ser citadas. Novamente recorreremos a Emmanuel, agora em seu livro ROTEIRO, também psicografado por Francisco Cândido Xavier, editado pela Federação Espírita Brasileira, capítulo 4.
Ele conjectura, indagando sobre o tempo em que a "Natureza Divina" consumiu para fazer surgir na face da Terra este corpo que serve ao gênero Humano. E na mesma linha de raciocínio objetiva saber o quanto, de tempo, se estruturará o "organismo da Alma".
Valioso questionamento porque se mal damos importância ao fenômeno da associação de dois gametas que fazem surgir um corpo humano, tomando isso como banalidade, pois que não sabemos valorizar o corpo e a Vida, como iremos entender o fenômeno da Alma como ente pré, e pós, vida Física ?
Nessa digressão, e perguntas, esquematiza-se a seqüência evolutiva dos corpos, demonstrando que há uma íntima relação entre o desenvolvimento de um e a repercussão que atinge o outro. Que poderá ser favorável, ou não, a um desenvolvimento consentâneo com o planejamento geral da criação, pois que tudo se encadeia no cosmo. Trocando em miúdos, tudo o que se vive no corpo físico, alimentação, sentimentos e emoções, que evidentemente influenciam sua constituição morfologia, repercute no corpo Astral, igualmente influenciando a constituição dele. Mas isso é assunto sendo detalhado nas séries O Inevitável Despertar e Reconstrução, que, em tempo seqüente será divulgada.
Quanto ao que íamos dizendo, vimos nas apostilas precedentes, reino Elemental, a constituição inicial do perispírito, ou corpo Astral, que André Luiz denominou de protoforma humana - apostila 16 -. Pois bem, dali vem a partida para dar início à primeira encarnação. Uma vez isso acontecido, a primazia sobre o desenvolvimento passa a ser do corpo físico, porque a individualidade está a percorrer o arco ascendente do fluxo irresistível de vida. Lembram-se ? - "Subindo" do Físico ao Astral, deste ao Mental, etc, evolutivamente, tanto na intelectualidade quanto nas formas de manifestação.
Desta maneira, dos trechos de Emmanuel, obtemos a conclusão de que o corpo Físico evolve em forma primeiro que o Astral e o Mental. À proporção que evolve, pela repercussão favorável sobre aqueles, como já se disse acima, promove a consolidação do corpo Astral, e, concomitantemente, do corpo Mental.
Nesse início, comparando-se com o hoje, o corpo Físico é grosseiro; o corpo Astral é um informe ovóide, e o corpo Mental é um informe-ovóide-evanescente. Desenvolvem-se, tomam mais consistência a partir da vida física. (Rever figura 19C, apostila 19).
Portanto, um encadeamento de cujas ações num plano, num determinado momento, depende a "felicidade formativa e evolutiva" de todos os demais corpos.
Agora, reportando-nos ao fato desses indivíduos permanecerem muito quietos no plano Astral, no intervalo entre uma encarnação e outra, Emmanuel, no mesmo capítulo 4 de seu livro Roteiro, enunciado acima, nos conta, como já dissemos noutro parágrafo, que por serem primários na vivência da individualidade, o retorno ao plano Astral, e a permanência ali, se torna como uma hibernação. Não sabem como lidar naquela dimensão.
Isso comprova que o corpo Astral do indivíduo iniciante nas atividades humanas pouco oferece de versatilidade. Sua consistência é algo lerda. Porém, além das informações acima, não poderíamos deixar de comentar, aqui, um brilhante trecho de André Luiz, contido em seu livro Evolução em Dois Mundos, psicografado por Francisco Cândido Xavier - sempre ele - que inegável legado histórico-moral Chico deixou para nossa civilização - uma gratidão eterna é pouco pela sua dedicação - livro esse editado pela Federação Espírita Brasileira, que á página 89, explicita que aquele principiante, embora durante sua vida humana se expresse como valente a enfrentar todos os perigos daquele mundo primitivo, contudo, ao desencarnar, se revela "qual menino aterrado". O ambiente Astral ao qual retorna lhe parece inteiramente estranho. Por causa disso, em corpo Astral, permanece fixado à região física que deixou, ansiando por retornar a esta na condição de humano, outra vez.
E assim se comporta porque lhe falta o principal, um corpo Astral já bem mais constituído. Falta-lhe "suprimento espiritual" condizente.
Portanto, aí está a nossa Mônada viajora em suas primeiras experiências na face da Terra envergando um corpo Humano. Se a experiência é brutal, comparando-se com as vivências futuras que a esperam, todavia é a necessária, e possível, para ofertar o despertamento da consciência frente um corpo tão mais complexo, o humano, e um ambiente tão mais amplo a exigir-lhe decisões sempre diferenciadas das anteriores. Isto é, não mais a repetição dos instintos, mas o acordar da inteligência.
Na próxima apostila vê-la-emos em um degrau acima do bruto.;

Bibliografia
Autor Título Editora

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - questões 166 a 196 - 536 a 540 - 614 a 957 - Livraria Allan Kardec Editora
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 5 e capítulo 8 item 5/7 - Livraria Allan Kardec Editora
André Luiz/Francisco C. Xavier - Os Mensageiros - página 216 -
André Luiz/Francisco C. Xavier - No Mundo Maior - cap. 03 páginas 45 e 46 / cap. 04 páginas 55 - 58 - 59 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Nos Domínios da Mediunidade - págs. 32 - 169 - 172 - 173 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em Dois mundos - capítulos 01, 03, 04, 05, 12, 16 e 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Libertação - páginas 17 - 18 - 60 - 61 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Mecanismos da Mediunidade - capítulos 04 - 10 - 11 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Entre a Terra e o Céu - págs. 54 - 84 - 126 - cap. 21 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Ação e Reação - págs 87 as 97 e capítulo 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - E A vida Continua - páginas 69 e 70 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Annie Besant - O Poder do Pensamento - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - Federação Espírita Brasileira
Charles W. Leadbeater - O Plano Astral - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Edgar Armond - Os Exilados da Capela - página 27 - Editora Aliança
Elza Baker - Cartas de um Morto Vivo - páginas 37, 85, 86, 93 - Livraria Allan Kardec Editora
Emmanuel/Francisco C. Xavier - A Caminho da Luz - páginas 28, 31 e 32 - Federação Espírita Brasileira
Emmanuel/Francisco C. Xavier - Roteiro - capítulos 4 e 6 - Federação Espírita Brasileira
E. Norman Pearson - O Espaço, o Tempo e o Eu - páginas 71 e 72 - Edição Particular
Gabriel Delanne - A Reencarnação - Federação Espírita Brasileira
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume I págs: 105-118-145-146-177-257-258-260-266-268-306-308 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume II - páginas 56 e 198 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume V - páginas 69 e 90 - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Morte, Renascimento, Evolução - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Espírito, Perispírito e Alma - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Psí Quântico - Editora Pensamento
Itzhak Bentov - Á Espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
J. B. Roustaing - Os Quatro Evangelhos - Federação Espírita Brasileira
Lancellin/João Nunes Maia - Iniciação - Viagem Astral - Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Leon Denis - O Problema do Ser do Destino e da Dor - capítulos 01 - 03 - 04 - 13 - 17 0 18 - 20 ao 24 - Federação Espírita Brasileira
Miramez/João Nunes Maia - Horizontes da Mente - páginas 181 e 185 - Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Livraria Allan Kardec Editora
Ramatis/Hercílio Maes - Mensagens do Astral - Livraria Freitas Bastos
Zulma Reyo - Alquimia Interior - páginas 254, 255, 312 e 313 - Editora Ground

Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Julho de 1996
Revisão Outubro de 2005