sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Série A Criatura 28/28


A CRIATURA



A apostila 27 quase nos deu a impressão de que a nossa viajantezinha havia, finalmente, chegado ao término da jornada evolutiva na Terra. Porém, foi só uma impressão, apressada.
Reportando aos antigos registros hindus, estes nos revelam que após o quinto degrau virá a Angelitude.
E, sob inspiração dos nossos Mestres, traduzimos a figura abaixo, na qual, além das estações já percorridas, está também representada a próxima.
Esta figura nos foi inspirada no dia 20 de Abril de 1985, às 14 horas. Tanto quanto nos foi possível fixar a imagem transmitida, dado nossa imperfeição de canalização psíquica, quanto artística, assim a desenhamos como é vista. E a oferecemos nesta, em sincera homenagem aos Mestres que nos inspiraram fazê-la.
Tal qual toda imagem inspirativa, esta também tem sua significação, que é a seguinte: A figura humana ao fundo representa o 1º Logos, que é o criador e diretor do sistema solar. Ele se encontra por detrás de tudo o que acontece, acompanhando, atentamente, o andar de seus tutelados; a mão esquerda simboliza o 2º Logos, aquele que despertou as Mônadas, o Vivificador. Por isso vemos saindo daquela mão o foco de irradiação da vida que, ao longo do tempo, foi se transformando ao passar pelos diversos reinos: a mão direita representa o 3º Logos, aquele que promoveu todo o transformismo energético, transmutando-o nas infinitas formas de agregados químicos.
Na figura vemos que Ele apóia a longa esteira do caminho por onde transitam as Mônadas em seus corpos de manifestação; a estrada simboliza os Devas e os seus muitos auxiliares, nos trabalhos de conduzir as criaturas ao longo das existências: e as figuras sobre a estrada são as diversas fases que as Mônadas vivenciaram, e vivenciarão, neste planeta. Os reinos mineral, vegetal, animal, elemental, hominal e o próximo, ou o Super Humano.
Aí está, portanto, a visão cósmica, e alegórica, desse fenomenal acontecimento: criação e evolução de um SER, bem como de todo o aparato que o cerca por evos e evos nessa eternidade inimaginável.
Embora possa parecer uma repetição, a figura 28A nos fala de forma mais expressiva do que aquela outra apresentada na apostila 24. Como também demonstra a fase evolutiva seqüente, como dissemos, a angelical, ou fase da evolução Super-Humana.
Entretanto, para nessa futura fase a Mônada chegar, um outro transcurso terá de acontecer. Pelo fato seguinte: Conforme ficou visto na apostila 11, figura 11E, a etapa a ser cumprida na fase Super-Humana exige que a Mônada já possua os corpos adequados aquele estágio. Isto é, corpos Causal, Búdhico e Átmico.
Todavia, perguntarão, ela já não os possui ? Não, ainda não os possui, integrais, tal qual deles necessita. Na viagem de vinda, vista nas apostilas 10 e 11, daqueles planos ela só fixou seus respectivos aspectos determinantes: vontade, sabedoria e atividade. Fundamentos para seus futuros veículos de manifestação naqueles planos.
E, a exemplo do que ocorreu com os corpos Mental e Astral que ficavam na dependência das vivências no plano Físico para tomarem consistência e definição de forma, também aqueles corpos superiores se prendem à mesma inter-relação.
Mas, como no transcurso da vida terrena o máximo aperfeiçoamento alcançado foi o do corpo Mental, pertencente à nossa fase de evolução Humana, fica a Mônada, ainda na dependência de ajustes que a dotarão de recursos individuais apropriados à próxima transmutação.
Além disso, passar à fase seguinte também significa uma transposição que, por falta de termo mais adequado, chamaremos de transposição grupal. Não confundir com as Almas Grupais vistas anteriormente. Melhor explicando. A mudança da fase Humana para a Super-Humana implica numa promoção a que, coletivamente, quase toda a atual humanidade, simultaneamente, deverá ter acesso, e não um indivíduo isoladamente. Foi o que ligeiramente comentamos na apostila 18.
Explicando ainda melhor: quando, ciclicamente, encerrar-se o período Humano, todas as Mônadas hoje usando os corpos que as servem nos planos Físico, Astral e Mental, e que tenham com sucesso galgado o quinto degrau, visto na apostila 27, passarão à fase seguinte. Repetindo o que se disse na apostila 18: desse contingente a ser promovido, estarão excluídos apenas os elementos que, por sua relutância, preferiram o lado corrompido de viver.
Outra observação interessante a se referir é que esses ciclos têm, previamente marcadas, suas datas para acontecer. Mesmo porque, seria um desperdício, cosmicamente falando, ficar esperando, indefinidamente, que os elementos, um-a-um, se decidissem por suas melhorias espirituais.
Não, não é assim. Na data aprazada pelos planos do Governo Oculto, um ciclo se encerra e novo se inicia. Os indivíduos que, na data em questão, estiverem devidamente preparados seguirão ao novo e superior estágio. Os demais serão transferidos a regiões siderais cujo ambiente seja adequado à repetição vivencial de conformidade com a atração inferior dos seus sentidos. A Lei de Causa e Efeito assim atua em razão de que, nas não poucas reencarnações, em todas preferiram a vida dissoluta.
Mas já que falamos em datas, pode-se perguntar: quando encerra-se um ciclo e inicia outro ? Dentro de nossa contagem de tempo essa é uma data impossível de ser prevista, simplesmente porque, segundo as mesmas escrituras hindus, cada ciclo se conta em milhões de anos terrestres, o que, por si só, impossibilita saber quando o atual ciclo começou para, com este referencial, se ter a data de seu término.
Sobre esse intervalo de tempo as citadas escrituras, na valiosa interpretação de Helena Petrovna Blavatsky, falam de algo em torno de 617.140.000 anos terrestres para cada ciclo menor. Isso mesmo, um período de tempo inconcebível para a mente humana, mas que é uma fracionésima para o cosmo. E este é considerado um ciclo menor. Além dos ciclos menores existem os maiores... Diante dessas cifras nossa pobre capacidade imaginativa fica perdida no espaço e no tempo.
Para os estudantes mais exigentes, e que qualquer dado menos completo já serve de suspeita quanto à veracidade, quatro indicações podem ser dadas sobre essa questão de ciclos.
A primeira extraída do evangelho de Mateus, capítulo 24 versos 1 ao 36. Nestes, Jesus em seu sermão profético adverte para um período de conturbação social que prenuncia o final do atual ciclo.
Mas quando ele se dará ?, insiste o exigente estudante. Jesus responde: "Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o filho, mas unicamente meu Pai."
A segunda indicação vamos encontrar no volume III de A Doutrina Secreta, onde, se referindo às grande mutações cíclicas, à página 463, Helena Petrovna Blavatsky assim se expressa: "Quando se dará isso ? Quem Sabe ! Talvez somente os grandes Mestres de Sabedoria; e estes permanecem tão silenciosos sobre o assunto como os nevados picos que se erguem diante deles." E prossegue a inspirada intérprete citando indicações que evidenciarão o tão assustador momento. (Livro editado pela Editora Pensamento)
A terceira indicação, um tanto quanto mais elaborada, e que para chegar à ela nos servimos ainda da monumental obra de Helena Petrovna Blavatsky, é a que se segue abaixo.
Na figura vemos parte do arco descrito pelo Fluxo Irresistível de Vida, no qual viaja a Mônada. O arco está dividido em duas etapas. Semi arco de "X" a "Y", e de "Y" a "Z". As subdivisões indicadas pelos algarismos 1ao 7 correspondem aos citados ciclos. As figurinhas humanas, em suas diferenciações, significam os transformismos dos corpos de manifestação, em correspondência com cada época.
Na linguagem esotérica das escrituras hindus, cada ciclo dos representados na figura é chamado de sub-raça. A posição em que se encontra a humanidade atual, segundo as mesmas escrituras, é em algum ponto do ciclo 5, próximo à linha de divisão com o ciclo 6. Para nossa exclusiva visualização, digamos que tal ponto de tempo seja a marca "5a" indicada no desenho.
Embora essa terceira indicação apenas informe que ciclos sucedem ciclos, fica ainda imprecisa a data do próximo transcurso. Ou seja, da 5ª para a 6ª sub-raça.
Todavia, uma informação bem concludente, a quarta, vamos encontrar no livro A CAMINHO DA LUZ de autoria do espíritoEmmanuel, materializado na Terra pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o que, por si só, dispensa qualquer apresentação. O autor, à página 215 da 9ª edição, livro esse editado pela Federação Espírita Brasileira, se referindo aos acontecimentos precursores próximos da grande transição, assim se expressa:
"Vive-se agora, na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos."
"Crepúsculo", palavra que indica o final de um dia. No dizer de Emmanuel, é o final de um ciclo.
"Século XX", exatamente o século que se findou recentemente. Em conseqüência, e em razão das evidências que os horrores dos acontecimentos sinalizam, tudo indica que a grande transposição já está abalando, irremediavelmente, as estruturas sociais e geológicas do planeta.
Seqüente a essa mesma linha de informações, Ramatis, espírito, pela psicografia de Hercílio Maes, em seu livroMENSAGENS DO ASTRAL, editado pela Livraria Freitas Bastos, dedica todo o capítulo I nessa análise de "Os Tempos São Chegados". Mas não só ele. Encontramos no livro OBRAS PÓSTUMAS, de Allan Kardec, páginas 268 a 272 da 1ª edição da Livraria Allan Kardec Editora, sob o título REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE, extensa indicação dos prenúncios desses tempos de transição cíclica.
Entretanto, embora seja um assunto apaixonante, o intuito de nosso estudo não é o de vasculhar as premonições temporais da humanidade, mas analisar sua origem e destinação. Por isso, voltemos à figura acima e complementemos sua descrição.
Seguindo na descrição da figura, informamos que a fase percorrida entre os pontos "X" e "Y", o primeiro semi-arco, foi o período de internamento do raio de vida da Mônada na matéria. Aquele descenso visto nas apostilas 10 e 11, com uma ressalva, porém. Nesta figura atual, fazemos a demonstração a partir do que se poderia chamar de o início de internamento no reino Humano, desprezando, para simplificar, os estágios ocorridos nos reinos Mineral, Vegetal, Animal e Elemental. E o arco total, de "X" a "Z", representa o Grande ciclo de cada raça.
Outra citação digna de nota é que o ciclo 6 é o ciclo Angelical a que temos nos referido. Nesse ciclo, fazendo uso dos corpos mais nobres, da fase evolutiva super-Humana, e depois das providências de adaptação destes, estão todos eles em condições de funcionalmente se acoplarem aos corpos anteriores, os da fase Humana.
Assim constituído, embora o indivíduo venha de fazer incursões na Terra física, será, contudo, para um contínuo processo messiânico, comum à coletividade humana daquelas futuras eras, no trabalho de, uma vez por todas, implantar aqui a harmonia tão sonhada.
Dada a essas circunstâncias, visualiza-se na figura que a forma fisiológica humana, tal qual a conhecemos, só veio de acontecer do quarto para o quinto ciclo. Daí se pode compreender que para o acesso ao ciclo seguinte a morfologia passará por outra transformação. E nem poderia ser de outra maneira, pois estando mais espiritualizado, o indivíduo plasmará um corpo mais delicado, próprio mesmo àquela fase de superioridade. E´ a este mesmo transformismo que se refere Helena Petrovna Blavatsky na continuação de suas interpretações dos antigos escritos hindus, referência que está na página 463 do volume III de A Doutrina Secreta.
Mas a figura ainda nos diz que na fase 1 a Mônada começou a deixar a "Luz", mergulhando seu raio de vida na matéria, aparentemente se dividindo em duas partes. Desse acontecimento surgiu a individualidade e a personalidade. A individualidade sendo o SER imortal, ou o Espírito, e a personalidade, aquela que se mostra através dos corpos manifestantes nos mundos de matéria.
Todavia, e apesar desse desdobramento, a figura demonstra que, a cada novo, ciclo a Mônada se torna mais resplandecente. Vai evoluindo, bem como seus corpos também se modificam tendendo a uma morfologia mais complexa e esteticamente de melhor aparência. Morfologia que se dividiu, ainda, em duas outras. Homem e Mulher, e que num futuro desaparecerão, fundindo-se num Ser andrógino e cheio de Luz.
Transitando por esse evoluir, a Mônada vai rasgando o tempo dos vários estágios e chega, por fim, ao ciclo 7, o máximo a ser atingido neste conjunto de ciclos menores citados em nosso estudo. No próximo passo, após o ciclo 7, como nos referimos acima, retornará à mesma "Luz", sendo um com Ela. "Então os Justos resplandecerão." (Mateus 13:43). Neste ponto "Z", ao ultrapassá-lo, estará se iniciando num outro ciclo menor, de um outro conjunto de ciclos.
Embora na figura não tenhamos expressado datas, pois, como já dissemos, estas nos são impossíveis de conceber, proporciona-nos, ela, uma idéia de como caminhou e caminha a Mônada nestas plagas engendradas pelos Criadores. Apesar disso um esclarecimento adicional se faz necessário. Conforme está inscrito na figura, os sete ciclos representados demonstrando o aperfeiçoamento transformativo dos corpos, são, por sua vez, apenas uma fase cíclica menor dentro de outra fase cíclica maior. Que se insere numa ainda maior... e assim sucessivamente.
Parece inverossímil essa afirmação ? Mas não é. O que acontece é que "Os limites de vossa atual consciência não vos permitem entretanto SENTIR que sois uma roda da imensa engrenagem, uma célula eterna e indestrutível, que concorre com seu trabalho para o FUNCIONAMENTO DO GRANDE ORGANISMO." (Esta citação é do livro A Grande Síntese, páginas 100 e 101, autoria de Pietro Ubaldi, e editado pela Livraria Allan Kardec Editora) (Grifos do original).
Pois é, estes sete ciclos nos quais nos encontramos, apesar de sua inimaginável extensão no tempo, é apenas um pequenino "pedaço", insignificante podemos dizer, do Enorme Bolo Cósmico.
Foi assim que, de casca em casca, rompidas, naquelas fases das almas Grupais, a Mônada foi descobrindo e se inserindo em atividades mais complexas. Também agora, continuamente, haveremos de ir rompendo as "cascas" preconceituais que tanto nos sufocam, se quisermos avançar em direção a contextos vivenciais ainda mais complexos, porém, harmônicos e inteiramente conexos com o Cosmo.
"Aos Justos a Luz", disse Jesus.
Apesar desse prenúncio, verdadeiro coroamento confortador em sua jornada, a viagem, todavia, não terminou. Como nos dizem as duas figuras acima, o Infinito continua Infinito. E, se na apostila 01 identificamos o Infinito como sendo a fronteira final, na verdade, depois desta análise, cabe aqui um reparo.
Não é uma fronteira, mas um contínuo Vir-a-Ser, conforme nos ensinam os inspiradores de A Grande Síntese, a incomum e grandiosa obra de Pietro Ubaldi.
E muito, muito ainda haverá que passar por ciclos, até que se possa responder, razoavelmente, àquela criança ao nosso lado que, também na apostila 01, se referindo às estrelas perguntava: Que habilidosos dedos colocaram, um-a-um, aqueles pontinhos lá em cima ? Ainda não podemos respondê-la, contudo, sabemos, agora, quem é essa criança. Somos nós mesmos, quando, respeitosamente nos interessamos pelas coisas de nosso Pai.
O UNIVERSO !
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Aqui encerra-se esta análise na qual enfeixamos um período cósmico de nós mesmos. O que contamos, com nossos escritos, é que há, por detrás do que podemos ver, um Grande Plano dirigindo a tudo e a todos. Nossa felicidade estará na proporção de compreendê-lo e aceitá-lo. Em suma, encontrar-se harmonizado sob o trinômio: Encarnação, Carma e Dever !

Embora muito resumida, essa troca de informações contou desse plano e da pouco compreendida entidade cósmica, a Criatura. Embora, repetimos, muito resumida, desejamos que nossa descrição abra ilimitados horizontes para aqueles que nos lerem.
Não foi outro nosso propósito. Fazê-los sair de dentro da "casca" que os encerra para se esparramarem pelo infinito afora. Além disso, como advertimos no início deste nosso trabalho, apesar de nosso atrevimento em fazê-lo, talvez nossas interpretações não viessem a corresponder fielmente às fontes das quais originou.
Creditem, repetimos, essa falha á nossa reconhecida incapacidade literária, ao nosso pobre vocabulário, ao nosso despreparo gramatical e a nossas insuficiências de desenhista. Todavia, o impulso de fazê-lo se tornava irrefreável. Por isso, mesmo como imperfeito instrumento de interpretação, deixamos que a pena, sob inspiração, corresse, e de seu giro, o resultado já se encontra em suas mãos. Serão, por isso, bem-vindas, as suas avaliações e opiniões.
De tudo, porém, muitas perguntas ainda nos ficaram e, para respondê-las seguiremos num outro tema em busca das seguintes definições:
a) - Por que a criatura se perdeu no Dédalo da vida humana ?
b) - Perdida e arrasada, como reconstruí-la ?
O Tema para essa análise chamar-se-á Reconstrução.

Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Agosto de 1996
Revisão Outubro de 2005

Série A Criatura 27/28


A CRIATURA



Nossa alquebrada e desiludida Mônada deixa o quarto degrau. Traz em si profundas feridas que só o tempo, e o trabalho benemerente pela coletividade, conseguirão cicatrizar, apagando, assim, as marcas de um vergonhoso tempo.
Todavia, fazê-lo, por si mesma, neste início situada no quinto degrau, é alguma coisa que não cabe em suas forças. Sente-se mais desanimada do que encorajada. Preferiria, mil vezes, que o cosmo a tragasse, e nele se dissolvesse, do que dar os primeiros passos nessa jornada de reconstrução, que de imediato lhe parece impossível.
O Governo Maior, porém, não descansa e nem descuida de seus tutelados. Diante da indecisa viajora providenciam-lhe estímulos adequados, pois o homem não está destinado à estagnação.
De início, para demovê-lo das acanhadas e medrosas decisões, os estímulos podem ser comparados ao ferrão do carreiro que, com as estocadas, faz o boi puxar a carroça. (Figura 27A).
Mesmo que esta seja pesada, a dor que o ferrão provoca é maior, não permitindo, por isso, que hajam dúvidas quanto a seguir ou recuar.
O "carreiro" do destino cármico não arrefece suas estocadas, e impõe ao "boi" que este cumpra seu DEVER para com a coletividade de que faz parte. Mesmo que sob lágrimas. E dizem os entendidos que os bois, como os homens, choram. Mas o destino tem de ser cumprido, e nele vemos inserido o ex-poderoso e petulante do quarto degrau.
Agora, sim, começa a compreender a real mecânica da vida. Adaptando-se à nova modalidade, não sem algum trauma, pois a circunstância de qualquer mudança causa apreensões, vai o novato ingressando nesse quinto ciclo. E o faz através das profissões que oferecem maior possibilidade de proximidade fraterna com seus semelhantes.
Exemplos: cientistas voltados ao bem comum da sociedade; médicos(as) e enfermeiros(as) que se desdobram humanitariamente; religiosos, não importando de que seita, que anseiam pelo amparo aos menos favorecidos; professores que não medem esforços para dotar a infância e adolescência de recursos intelectuais enobrecedores, e artistas de índole elevada que através da música, da pintura e da literatura traduzem para o pensamento humano a sensibilidade sublime do pensamento Divino.
Depois de longos estágios nas categorias enumeradas acima, com as feridas da alma devidamente cicatrizadas, se tornam verdadeiros idealistas. Os loucos de Amor ao próximo. Os incompreendidos deste mundo.
Não importa se os homens não os compreendem. Eles assim o são, e o mundo muito deve a todos eles. Quem são ? São aquelas pessoas movidas por incontidas forças de nobreza. Visam apenas legar às almas que as seguem a liberdade universal da qual todas são filhas.
São aquelas pessoas que andam de mãos dadas com seus semelhantes. Os maiores exemplos nesta categoria vamos encontras nas pessoas dos grandes reformadores: Krishina, Buda, Lao-Tsé, Zoroastro, Confúcio, Jesus, Luthero, Kardec.
Também alguns filósofos que por suas humildades souberam interpretar o pensamento cósmico, apequenando-O, sem contudo deformá-lo, para que se fizesse ao alcance humano. Sócrates, por exemplo.
Quando a criatura atinge esse ápice, esse cume, candidata-se a ingressar no campo, ou degrau, em que se encontram as Grandes Entidades zeladoras dos mundos.
Nesse cume, não só o sabe é seu profundo desejo, como também se tornou um doador, um distribuídos da sublime Vontade do Pai.
Aprendeu que só saber por saber nada significa. A Lei das Atrações a que todos estão sujeitos, leva o mestre de encontro aos discípulos, e vice-versa.
Jesus, tão logo se sentiu pronto para iniciar sua tarefa messiânica, como primeira providência saiu a convocar aqueles que viriam a ser seus discípulos, os futuros continuadores de sua obra.
Em razão dessa disposição, a criatura encontra a motivação pelo saber, qual seja: tornar-se seu divulgador. Também uma conseqüência direta, pois o SABER não pertence a ninguém, específico, ou foi feito para uma só pessoa. Não. Pertence ao Cosmo, e é através dele que a inteligência Suprema se exprime para com todas as Suas Criaturas.
Mesmo os grandes Devas, os Arcangélicos condutores de mundos, os Arquétipos ou os Logos, todos enfim, se inserem na listagem de dependentes do Grande Todo. Aquinhoam, estes, uma parcela inconcebível do conhecimento universal, todavia, não é todo o conhecimento cósmico.
Portanto, a exemplo do trabalho multiplicador do bem efetuado por aquelas nobres criaturas, também nós, que nos encontramos nos níveis bem rudimentares da criação, somente somos aquinhoados com parcelas crescentes do SABER quando nos armamos de coragem e vontade de nos tornar seus divulgadores.
Assim feito, nossa Mônada, agora refeita das atitudes infelizes cometidas no quarto degrau, compreende o novo caminho que tem pela frente. Compreende que tudo no cosmo tem seu utilitarismo voltado, exclusivamente, para o coletivo.
Qualquer tentativa de se apossar de uma mínima parcela que seja desse Todo, visando interesse pessoal único, como irreverentemente o fez quando esteve nos degraus terceiro e quarto, arroja a alma em profundo e infernal abismo psíquico, cuja repercussão no mundo físico é a clausura em corpos deficientes, em reencarnações no futuro.
Todavia, a bondade Suprema sempre maior que o desplante da viandante descuidada, concede-lhe infinitas vidas com as quais possa reencontrar seu verdadeiro destino. Assim acontecendo, e transformada, deixa-se mobilizar por essa diamantina Luz, não mais faltando ao DEVER de corresponder ao que a ela é devido. Multiplicar junto aos que lhe vêm depois a propagação dessa mesma Luz.
Lá está, portanto, satisfeitíssima a viajora cósmica, coroada pela luz da fraternidade. Doravante a simbiose mais gratificante que possa aspirar é estar ao lado das Grandes Entidades. E´ um longo passo a ser dado, e mesmo que, para nós, nos pareça impossível realizar tão sublime ascensão, na verdade, nunca faltam meios de encetar a marcha.
Até mesmo no simples labor de cada dia, quando feito com respeito e amor à causa que se abraça, isso já é o efeito de estar juntando pedrinhas para com elas construir o alicerce que nos dará acesso aos próximos degraus.
De quantas pedrinhas precisaremos ? Não sei responder. Mas, naturalmente, serão tantas quantas forem necessárias. Nem mais e nem menos, proporcionalmente ao esforço do DEVER bem cumprido em cada existência.
A posição no quinto degrau implica naquela parábola do servo vigilante onde Jesus assim diz: "E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá." (Lucas 12:48)
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Completamos, com as anotações acima, os comentários dessa escalada na face da Terra. Esclarecemos que apesar de ter usado a simbologia dos degraus para situar as diversas categorias dos seres, isso não significa que aquele que ocupa o quinto degrau seja superior ao situado no segundo degrau, por exemplo.
Na escala cósmica das categorias não existe superior ou inferior, pois cada criatura vivente no planeta, como ficou dito em boletim precedente, em toda e determinada etapa do tempo ocupa EXATAMENTE a posição que lhe é própria, considerando-se o agregado das Leis de Reencarnação, Carma e Dever.
Isto é, por maior ou menor essa criatura posas nos parecer perante a sociedade humana, frente à engrenagem da vida ela é, entretanto, igualmente importante a todas as demais. Os preconceitos da vivência terrestre é que nos induzem à ilusão de que o nascido em palácio seja mais importante que o nascido em casebre.
Porém, assim não o é, e a Reencarnação vem nos provar que hoje podemos ocupar palácios e amanhã poderemos viver em casebres. Tudo absolutamente vinculado à Reencarnação, ao Carma e ao Dever. Reis ou mendigos, somos todos iguais perante às Leis da Criação.
Nesse contexto encontramos no livro MEMÓRIAS DE UM SUICIDA, autoria de Yvonne A. Pereira, páginas 478 e 479, editado pela Federação Espírita Brasileira, algo que expressa muito bem esta nossa análise. O trecho em questão conta que na personalidade daqueles que estiveram como escravos no Brasil, à época da colonização, muitos eram reencarnações de importantes autoridades que assim o foram ao tempo do império Romano. O império dos Césares. Arrependidos, voltaram como Seres considerados de escória para poderem pesar os desmandos de seus tempos de autoridades.
E´ importante pensar nisso por que, perguntamos, quem está por detrás da personalidade humano de hoje, conosco convivendo ?
Um segundo conceito que deve fazer parte de nossas reflexões é o relacionado à figura 25A, apostila 25. Vemos em degraus seqüentes as diferentes categorias humanas. Aparentemente um grande caos. Mas só aparentemente, pois o evoluir do próprio planeta, circunstância natural no cosmo, fará com que pela Lei das afinidades, ou atrações, os degraus tendam a se nivelar.
Mas esse nivelamento tão desejado, pois intuímos que só nele encontraremos a paz e a harmonia sonhadas, será fruto de um trabalho conjunto, desde as forças que chamamos naturais e interiores do planeta, até às nossas, pessoais e conscientes.
E´ bom não nos iludirmos. A ação compete a todos.
Todavia, o DEVER nenhuma apreensão deve nos causar. Fazendo um pouco a cada dia, no atento cuidado de não esmorecer, estaremos trilhando a rota certa.
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E a Mônada, essa importante transeunte do Cosmo, completou sua viagem ? Com a descrição dos degraus evolutivos humanos na Terra, podemos considerar que ela atingiu o máximo de evolução a que a criatura está destinada ?, se é que haja um máximo ?
Não ! A viagem não terminou, e uma outra síntese veremos na apostila seguinte, para que possamos visualizar os ciclos percorridos e os a percorrer, dentro deste sistema Solar.

Bibliografia:
Autor Título Editora

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - questões 166 a 196 - 536 a 540 - 614 a 957 - Livraria Allan Kardec Editora
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 5 e capítulo 8 item 5/7 - Livraria Allan Kardec Editora
André Luiz/Francisco C. Xavier - Os Mensageiros - página 216 -
André Luiz/Francisco C. Xavier - No Mundo Maior - cap. 03 páginas 45 e 46 / cap. 04 páginas 55 - 58 - 59 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em Dois mundos - capítulos 01, 03, 04, 05, 12, 16 e 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Libertação - páginas 17 - 18 - 60 - 61 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Mecanismos da Mediunidade - capítulos 04 - 10 - 11 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Entre a Terra e o Céu - págs. 54 - 84 - 126 - cap. 21 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Ação e Reação - págs 87 as 97 e capítulo 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - E A vida Continua - páginas 69 e 70 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Annie Besant - O Poder do Pensamento - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - Federação Espírita Brasileira
Charles W. Leadbeater - O Plano Astral - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Edgar Armond - Os Exilados da Capela - página 27 - Editora Aliança
Emmanuel/Francisco C. Xavier - A Caminho da Luz - páginas 28, 31 e 32 - Federação Espírita Brasileira
Emmanuel/Francisco C. Xavier - Roteiro - capítulos 4 e 6 - Federação Espírita Brasileira
E. Norman Pearson - O Espaço, o Tempo e o Eu - páginas 71 e 72 - Edição Particular
Fritjof Capra - O Ponto de Mutação - páginas 223 e 232 - Editora Cultrix
Gabriel Delanne - A Reencarnação - Federação Espírita Brasileira
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume I págs: 105-118-145-146-177-257-258-260-266-268-306-308 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume II - páginas 56 e 198 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume V - páginas 69 e 90 - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Morte, Renascimento, Evolução - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Espírito, Perispírito e Alma - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Psí Quântico - Editora Pensamento
Itzhak Bentov - Á Espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
J. B. Roustaing - Os Quatro Evangelhos - Federação Espírita Brasileira
Leon Denis - O Problema do Ser do Destino e da Dor - capítulos 01 - 03 - 04 - 13 - 17 0 18 - 20 ao 24 - Federação Espírita Brasileira
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Livraria Allan Kardec Editora
Ramatis/Hercílio Maes - Mensagens do Astral - Livraria Freitas Bastos


Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Agosto de 1996
Revisão Outubro de 2005

Série A Criatura 26/28


A CRIATURA



Nossa Mônada viajora, agora excursionando pelo reino Humano, começou a enveredar-se pelo rumo do ilusório. Na condição de indivíduo deixou-se contrariar pela situação de menor destaque que ocupa na sociedade, revoltando-se com o que ele chama de "sua sorte".
Não compreende que em tudo se inicia pelo simples, passando, mais tarde ao complexo. Não imagina assim, e se deixa arrastar pela frustração revoltosa. Impotente diante dessa ordem evolutiva que o coloca, temporariamente, naquela fase, isto é, na extremidade inicial da condição humana, prefere sucumbir ao esquecimento de que é um espírito, e mergulha na atração do corpo. Afundado em vícios espúrios, é como se encontra quando vai passar ao terceiro degrau.
O PERSEGUIDOR DE RIQUEZAS
Devido aos agravos acumulados quando esteve no segundo degrau, agora, no início desta fase, o indivíduo esbarra com as primeiras dificuldades.
Embora já possa ocupar esse terceiro posto, impulsionado, porém, pelo jugo das ilusões não possui ainda um corpo Mental à altura. Seu intelecto pouco oferece diante dos novos desafios.
Constata que administrar, econômica e independentemente, a própria vida, tal qual desejou, é tarefa das mais difíceis. Todavia, não há como retroagir. Os inexoráveis impulsos ilusórios acumulados em si, o espicaçam na direção de ilusões maiores.
Assim vai, e com um pouco de bom-senso, mas sentindo a incapacidade para adaptar-se ao novo mundo de empresário, começa pelos pequenos negócios.
Com os recursos financeiros que acumulou instala-se num pequeno estabelecimento comercial. Um bar, um bazar, uma mercearia. Estas são as opções ao seu alcance.
Comercializando objetos de pequeno valor vai exercitando o raciocínio sobre o funcionamento do intercâmbio comercial. Aprende da matemática dos lucros e haveres. Esta, aguça-lhe a ambição, e cada vez mais quer aplicar a fórmula lucrativa do entregar menor porção de mercadoria recebendo maior valor em dinheiro.
Até lhe parece uma mágica de resultados ilimitados. Do raciocínio calculista inicial passa à esperteza. Cria artifícios relacionados à qualidade do que vende para auferir maiores lucros. De consciencioso passa a inescrupuloso. Seus olhos se deliciam na volúpia de conferir o montante arrecadado a cada dia.
De alguma forma prospera. Os pequenos negócios deixam de lhe interessar. Suas metas, agora, são de empreendimentos maiores. Sua nova onda de perseguição.
Com o passar do tempo, e ainda vinculado ao terceiro degrau, vamos encontrar aquele incipiente comerciante, agora, um exímio homem de negócios. Empreendedor, empresário, executivo. Um homem que só enxerga números e só existe em função de lucros, não importando se para obtê-los tenha que surrupiar e corromper.
E tanto isso é verdade que toda a riqueza do mundo está nas mãos dos negociadores, ou melhor, dos especuladores. Estes, mesmo não produzindo nada, controlam a movimentação mercadológica em todo o globo, fazendo o jogo das aplicações em Bolsas de Valores. Uma espécie de cassino, onde as apostas são feitas sobre as Ações, (papeis), que representam o capital das empresas. Empresas crescem, ou vão à falência, dependendo dos resultados e interesses dos especuladores que, num simples digitar de senhas, fazem valorizações fantasmas para atrair os incautos. Depois, sem nenhum escrúpulo, retiram o dinheiro criando uma desvalorização, levando a empresa à falência.
Para estes, não importa que seus atos façam milhares de famílias perderem seus sustentos. Sem sair de seus escritórios, fazem o dinheiro circular pelo mundo, buscando quem oferece mais por ele.
Se lhes é incontido o desejo de ganância, essa força, entretanto, já que instalado está na sociedade humana, é também aproveitada pelo Governo Oculto. Da seguinte forma: Os que se encontram no ápice do controle econômico terão que arcar com a incumbência e inquietude de conduzir os que para eles trabalham.
A ganância os fez acumular, agora arcam com o peso de, dando emprego, redistribuir o que ganharam. Estão ricos ? Ilusoriamente, sim. Porém, não podem ter um só momento de paz, já que a cada minuto vivem o pânico de que um possível concorrente possa lhes tomar a posição.
Nesse círculo vicioso caem no desespero do ter mais e, ainda assim, se sentir impelido em ter que distribuir mais, mesmo a contra-gosto.
Ao tentar romper esse círculo vicioso, apelando para um plano de reter mais e distribuir menos, infelicitando aqueles que dele, economicamente, depende, inicia-se seu fracasso, pois descamba para a desqualificação do produto em troca de menor mão de obra.
E mesmo que adote máquinas operatrizes em substituição ao trabalho humano, o desastre não será menor, pois, e esta é a tendência atual no mundo, faltará ao homem da rua, seus ex-operários, recursos para consumir sua produção. Resultado final: Falência do sistema.
Podemos até dizer que o desespero que o trabalho causa é devido à constante dubiedade do estado de consciência do indivíduo involuído. Isto é, as lembranças do passado demonstrando que os esforços de ontem foram bem menores que os de hoje. Claro, tudo era mais simples. A competitividade era menor. A ambição era menor. Então, constata que os esforços de hoje, embora ponham mais lucros em suas mãos, não lhe dão, porém, a paz sonhada.
Mas, como se disse acima, não há como, pacificamente, voltar atrás. O círculo social da ilusão fisgou-o no todo. E´ subir, no conceito bajulador dos homens, ou ser por eles esquecido. Uma escolha difícil e terrível. Que preço altíssimo vai pagar para continuar ocupando a posição "conquistada".
"Assim, o trabalho tornou-se profundamente degradado; do ponto de vista do trabalhador, seu único objetivo é ganhar a vida, enquanto a finalidade exclusiva do empregador é aumentar os lucros".
Quem nos fala assim é o grande analista e pensador da atualidade Fritjof Capra, e o trecho reproduzido consta do livro de sua autoria O Ponto de Mutação, página 223, editado pela Editora Cultrix.
Aqui o citamos porque expressa bem o modo deturpado de pensar no trabalho em que a sociedade enveredou. O trabalho como forma de adestramento espiritual, na Terra, perdeu todo seu sentido. Por isso, perdida nas teias da ilusão, nossa Mônada se deixa carregar de lauréis humanos.
Um triste e frustrante DEVER construiu para si. Alimentar as bocas, das quais, gananciosamente, arrancou os alimentos. Cumpri-lo, porém, vai ficar para outra fase dessa viagem. Por enquanto, submergida no fausto, o que deseja é mais poder. Nesse impulso assoma ao quarto degrau.

O AMBICIOSO DE PODER

Este degrau, espiritualmente falando, é o degrau dos grandes riscos. Nele, quase sempre o indivíduo resvala para profundo abismo cármico. Melhor seria que do terceiro se transpusesse ao quinto degrau. Porém, devido os comprometimentos contraídos naquele, ser-lhe-á inevitável transitar pelo quarto estágio.
Somente uma forte dose de renúncia ajudar-lhe-ia transpor o espaço de agora sem que maiores danos lhe acontecesse. Circunstância dificílima de ser vivida.
Para esta classificação de O Ambicioso do Poder, os elementos que nela mais se enquadram são os que ocupam postos militares, chefes de estado, parlamentares e funcionários públicos graduados.
O único desejo que os estimula na vida é o exercício do poder. Oriundos do terceiro degrau, mas cansados de correr atrás da riqueza, trazem, agora, o sonho do mando. A nova posição que perseguirão, não importa a que custo. Alimenta-lhes muito mais a vaidade de galgarem a hierarquia administrativa do que qualquer outra alternativa, mesmo que mais insinuante.
Isso fica evidente na simples comparação de remunerações salariais. Um general tem o valor de seu soldo inferior ao de um proprietário de magazine. Um presidente da república é muito menos remunerado que um industrial.
Entretanto, nem o proprietário de um magazine e nem o industrial enfeixam em suas mãos poder tão grande quanto aos de um general ou de um presidente da nação. Se o ganho financeiro não lhes é tão sedutor, o poder, todavia, cega-lhes os sentidos. Inelutavelmente entregam-se aos braços desse tirano, no onírico desejo de comando.
Para comprovar o que estamos citando, observem dois acontecimentos que são nítidas demonstrações da volúpia do poder.
Primeiro, Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos da América, discursando em provocação à União Soviética, hoje extinta, dizia que "Apenas um dos nossos submarinos Poseidon (...) transporta um número de ogivas nucleares suficientes para destruir todas as cidades grandes e médias da União Soviética. Nosso poder de coibição é esmagador." Esta citação está na página 232 do livro O Ponto de Mutação de autoria de Fritjof Capra, editado pela Editora Cultrix.
Segundo, o último conflito armado no Oriente Médio, mais precisamente no Iraque. Até então, nenhum homem havia possuído em suas mãos tal soma de poder como o que esteve, e tem estado, ( 2005 ) com George W. Bush, também presidente dos Estados Unidos da América. Em sua vontade estava, e está, a autoridade, e dela dependia, e depende, matar, ou não, quantos queira.
Os dois mandatários acima citados, só não perpetraram seus mandos até as últimas conseqüências porque as "forças da Vida", que podemos chamar de energias equilibrantes, não lhes permitiram consumar a loucura representada pela prepotência humana.
Como vimos nos exemplos citados, o jogo do poder é sedutor, e de seu domínio poucos escapam. Mas como o Ser não está destinado à volúpia, apesar do fausto, das mordomias, das prerrogativas e da bajulação que se vê cercado, chega-lhe o dia do enfado.
Percebe que apesar de toda a roda de "amigos" que o cerca, tudo não passa de hipocrisia, e que para mantê-la, alimentando seu crescente desejo de mando, terá que ir aos extremos da corrupção. E´ o momento em que alguma coisa, misteriosamente oculta, lhe diz que a vida não é só o que ele toca com as mãos. Há, também, o invisível, e que esse invisível possui forças maiores que o maior de seus poderes terrenos. Além disso, forças mais harmônicas que toda a paz que ele consiga construir.
Decepcionado, olha-se por dentro, e pergunta: "Quem sou eu ?" Vê-se tão grande entre os homens, porém, no íntimo, se sente pequeno e desprotegido. Enojado com a falsidade com que é cercado. Não sabe, ele, que aquele círculo de falsos amigos era outro dos recursos de que se serve a Lei do Progresso para levá-lo de volta à casa Paterna.
Desanimado e desiludido com os homens, vencida sua prepotência de mando, curva-se à evidência de que não é nada daquilo que seu espelho refletia. No imo da alma começa a abandonar o desejo de poder. Seus anseios, antes exclusivamente terrenos, voltam-se para os estímulos do invisível.
Depois de cumprida essa árdua, e decepcionante, etapa de alimentar as bocas às quais fez passar fome, volta-se ao DEVER de reeducar a todos que, ao longo de seus mandos, desvirtuou.
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Se, ao que nos lê, é difícil acreditar no comentário acima, basta uma vista de olhos nas biografias de um Getúlio Vargas, ou de um Juscelino Kubtschek de Oliveira. Dois dos nossos grandes presidentes, dois dos nossos grandes abandonados...
O poder é sedutor, dissemos, todavia, efêmero. O saber é laborioso, mas eterno. Nesse passo, nossa viandante Mônada, alquebrada, e de muletas morais, se prepara no departamento de "fisioterapia" cósmica, para voltar à Terra e ingressar, regenerada, no degrau do Amor.

Bibliografia:
Autor Título Editora

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - questões 166 a 196 - 536 a 540 - 614 a 957 - Livraria Allan Kardec Editora
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 5 e capítulo 8 item 5/7 - Livraria Allan Kardec Editora
André Luiz/Francisco C. Xavier - Os Mensageiros - página 216 -
André Luiz/Francisco C. Xavier - No Mundo Maior - cap. 03 páginas 45 e 46 / cap. 04 páginas 55 - 58 - 59 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em Dois mundos - capítulos 01, 03, 04, 05, 12, 16 e 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Libertação - páginas 17 - 18 - 60 - 61 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Mecanismos da Mediunidade - capítulos 04 - 10 - 11 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Entre a Terra e o Céu - págs. 54 - 84 - 126 - cap. 21 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Ação e Reação - págs 87 as 97 e capítulo 19 - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - E A vida Continua - páginas 69 e 70 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Annie Besant - O Poder do Pensamento - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - Federação Espírita Brasileira
Charles W. Leadbeater - O Plano Astral - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Edgar Armond - Os Exilados da Capela - página 27 - Editora Aliança
Emmanuel/Francisco C. Xavier - A Caminho da Luz - páginas 28, 31 e 32 - Federação Espírita Brasileira
Emmanuel/Francisco C. Xavier - Roteiro - capítulos 4 e 6 - Federação Espírita Brasileira
E. Norman Pearson - O Espaço, o Tempo e o Eu - páginas 71 e 72 - Edição Particular
Fritjof Capra - O Ponto de Mutação - páginas 223 e 232 - Editora Cultrix
Gabriel Delanne - A Reencarnação - Federação Espírita Brasileira
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume I págs: 105-118-145-146-177-257-258-260-266-268-306-308 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume II - páginas 56 e 198 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume V - páginas 69 e 90 - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Morte, Renascimento, Evolução - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Espírito, Perispírito e Alma - Editora Pensamento
Hernani Guimarães Andrade - Psí Quântico - Editora Pensamento
Itzhak Bentov - Á Espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
J. B. Roustaing - Os Quatro Evangelhos - Federação Espírita Brasileira
Leon Denis - O Problema do Ser do Destino e da Dor - capítulos 01 - 03 - 04 - 13 - 17 0 18 - 20 ao 24 - Federação Espírita Brasileira
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Livraria Allan Kardec Editora
Ramatis/Hercílio Maes - Mensagens do Astral - Livraria Freitas Bastos

Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Agosto de 1996
Revisão Outubro de 2005

Série A Criatura 25/28


A CRIATURA



Conforme anunciamos na apostila anterior, nesta começaremos a análise que comentará sobre as fases evolutivas da Mônada, acontecidas no intervalo vivencial em que participa do reino Humano.
O raciocínio a nortear nosso estudo lembra que os seres humanos se distribuem em grupos sociais diferenciados entre si. Devido a essa diferenciação, que no fundo corresponde à aparente qualidade evolutiva dos indivíduos, os grupos ocupam níveis variados.
A figura 25A ilustra tais posições. Para transmitir a idéia sem nos aprofundar em detalhes mais complexos, estamos considerando um escalonamento de tendências calcado em apenas cinco posições, ou degraus.
Nesses cinco degraus ficam, neste nosso trabalho, representadas as categorias da sociedade humana que mais chamam a atenção. As categorias escolhidas nos parecem suficientes para tornar visíveis os recursos que o Governo Maior de nosso Sistema Planetário se utiliza para impulsionar a Criatura terrestre em sua senda de progresso, bem como para a correção dos transviamentos de rumos.
Essa visualização também revela os ciclos irresistíveis do fluxo de vida, que nesta fase é ascendente. Na figura, portanto, temos as seguintes categorias assim por nós denominadas:
1 - O Silvícola
2 - O Servidor
3 - O Perseguidor de Riquezas
4 - O Ambicioso de Poder
5 - O Cultivador do Saber
Uma questão digna de nota precisa, antes de tudo, ficar bem compreendida. Apesar de neste estudo ainda não termos esmiuçado os assuntos referentes à reencarnação e ao carma, temas que são vistos nas séries Reconstrução e Inevitável Despertar, devemos lembrar, porém, que o próprio fato da existência de diferenciações evolutivas entre indivíduos, e grupos de indivíduos, leva à seguinte conclusão: nas reencarnações as tendências e determinações cármicas atingirão diferentemente cada grupo, no que concerne aos seus deveres coletivos.
Isto porque o dever coletivo de cada grupo tem a extensão de sua respectiva competência. Por decorrência, cada indivíduo, em seu respectivo grupo, por sua vez, também estará inserido nessa mesma diferenciação. Essa inserção do indivíduo num grupo específico, corresponde à possível contribuição que ele deverá dar para que, somada à dos demais indivíduos, se complete a tarefa coletiva daquela categoria.
Comparativamente podemos ver isso da seguinte forma: os indivíduos são as células; os grupos de indivíduos são os órgãos, e o conjunto de grupos o corpo. Daí, tal como o corpo reclama a contribuição de cada célula para que o respectivo órgão funcione bem, e que se juntando aos outros órgãos consolidem um corpo saudável e feliz, assim também se faz necessária a participação equilibrada de todos os indivíduos para que a sociedade humana, que é um grande corpo, se torne saudável e feliz. Mas voltemos ao tema analisando o primeiro degrau.
O SILVICOLA
Na base da escala evolutiva humana da Terra temos o silvícola, também chamado de índio, ou aborígine.
Ele nada pode oferecer de produtivo dentro dos padrões industriais e mercantilistas do homem da cidade. Faltam-lhe condições intelectuais para isso.
Como vimos na apostila 12, seu psiquismo, e principalmente o corpo Mental, ainda não oferece condições para vivenciar um campo de atividades tão complexas. Está nas primeiras encarnações humanas e, como tal, necessita continuar habitando o ambiente das matas, no qual teve suas últimas experiências quando passou pelos reinos Animal e Elemental.
Esses primeiros contatos da Mônada, usando um corpo humano, com a simplicidade florestal visam ir desligando-a dos automatismos instintivos, levando-a, aos poucos, de encontro a situações que lhe exijam maiores exercícios de raciocínio para tomadas de decisões. Porém, isso sendo feito de maneira gradativa, um pouco em cada encarnação, para não provocar traumas ao seu psiquismo.
Se ele nada pode oferecer à contingência da sociedade dita civilizada, por outro lado dele nada deve ser exigido. Ele precisa apenas do contato com a natureza, tal como ela é, para, na experiência de atividades rudimentares, próprias do ambiente, ir despertando a mente analítica.
Ele compreende bem das plantas e dos animais, e com estes convive pacífica e equilibradamente. Recursos que lhe são suficientes para um viver digno. Ali está a sua cultura social e nela vive muito bem. Porém, a chamada civilização força-o a vivenciar o poder e sedução da tecnologia que o mesmo só entenderá, sem traumas, quando estiver situado no quarto degrau.
Movido por ambição o homem "civilizado" violenta esse equilíbrio, obrigando ao indígena a transformar-se, social e culturalmente, de uma hora para outra, sem que tenha base para isso.
Para mascarar esse despropósito autoridades e grupos econômicos usam do argumento de que o fazem no intuito de civilizar o índio. Chegam ao absurdo de obrigar ao simplório habitante das matas a crer num deus para o qual ele ainda não tem raciocínio para compreender, impingindo-lhe, interesseiramente, os mais diversos tipos de religião, pois até eles lá vão, se disputando, os ditos "missionários" religiosos. Cada um, de unhas e dentes, fincando sua bandeira e defendendo seu pedaço de fiéis conquistados. Fiéis ?
São, realmente, missionários religiosos ?, ou ainda são os obscuros costumes da idade média, quando os habitantes de uma região eram obrigados a serem pertencentes à religião ali predominante.
Violenta-se, desta forma, o que deveria ser o transcurso natural de sua evolução, causando no silvícola dificuldades de sobrevivência e retardamento de adaptação que lhe facultaria atingir o degrau futuro com uma base mais segura.
Portanto, o DEVER contributivo do indígena para com toda a coletividade humana é dos mais simples, se considerados e comparados aos nossos níveis. Mas, compreenda-se, é exatamente no bojo dessa aparente simplicidade que ele tem os seus instrumentos de evolução, pois as dificuldades e perigos que encontra na caça, na pesca e nas enfermidades, que é a sua luta pela sobrevivência, são as alavancas que o elevam, com naturalidade, ao segundo degrau.
Desta forma, após muitas peregrinações terrestres, reencarnações que se repetem a curtos intervalos de permanência no plano Astral, e já num estágio mais avançado de compreensão quanto ao aproveitamento dos recursos que a vida oferece, ele vai perdendo a pachorrenta indolência. Vai ficando mais ativo e sendo atraído para um meio de maior operosidade, embora que ainda num círculo de atividade humilde.
Agora está apto ao segundo degrau.

O SERVIDOR
Nessa categoria da evolução humana vamos encontrar o indivíduo que denominamos de Servidor. São os nossos companheiros da sociedade terrestre que só conseguem se adaptar aos trabalhos mais simples e modestos. Não que a sociedade os submeta à posição de inferioridade. Eles é que não conseguem desempenhar atividades de maior complexidade operacional. Seus corpos Astral e Mental, no início dessa fase estão, apenas, pouco mais adiantados se comparados à fase anterior. Em razão disso, e dada à complexidade da vida na sociedade dita "civilizada", pouco à ela eles se adaptam.
Mas aqui cabe uma informação: Queremos lembrar que junto aos DEVERES de um indivíduo para com a sociedade, caminham as Leis da Reencarnação e do Carma. Isso vem de significar que, assim como nas posições mais humildes da sociedade encontramos espíritos evoluidíssimos, sem que isso implique ser o mesmo um não evoluído, também nas mais altas camadas humanas veremos os postos serem ocupados por espíritos os mais corruptos, ou involuídos. Queremos dizer que posições na sociedade humana não significam as mesmas posições no contexto evolutivo cósmico. Portanto, dissemos acima que sobre a qualidade evolutiva dos indivíduos, o que vemos pode ser só aparente, e não a realidade intrínseca.
O fato de evoluídos ocuparem posições humildes, e de involuídos assomarem cargos de destaque, aqui na Terra, ocorre em virtude de que a resolução dos problemas reencarnatórios e cármicos se dá pela aplicação da fórmula de simultaneidade. Isto é, as soluções visam atingir, simultaneamente, o indivíduo e a coletividade de que faz parte, numa fórmula diretamente proporcional às necessidades desta.
Nossa visão restrita e imperfeita, atrelada a preconceitos, é que enfoca apenas o indivíduo, e sua aparente forma com que se apresenta, deixando passar despercebido o motivo pelo qual ele se insere daquela forma no contexto daquele momento e daquela sociedade.
Para melhor compreensão citaremos dois exemplos:
1º - Jesus - O sublime mestre, espírito de escol, componente do Governo Maior de nosso sistema, encarnou-se em modesta família de carpinteiros, e como tal viveu. Ao longo de sua vida terrestre recusou todos os favores e seduções do poder humano. Sendo maior se fez menor, pois sua mensagem - que era seu DEVER naquele momento - era para atingir os indivíduos em espírito.
2º - Hitler - Espírito detentor das mais obscuras sombras de caráter. Assomou ao maior poder humano de sua época e, como instrumento de efeitos - o seu DEVER naquele momento da sociedade humana - descarregou sobre a coletividade terrestre o carma que a ela competia.
As duas personagens dos exemplos acima, sobejamente conhecidas de todos nós, ilustram bem o fato de que nem sempre o humilde seja involuído, ou que o poderoso da sociedade sempre é evoluído, espiritualmente, para ambos os casos. Não estamos falando de intelectualidade.
Portanto, dentro desta conceituação, o trinômio Reencarnação, Carma e Dever, não pode ser esquecido.
Voltemos à análise de o Servidor.
Os indivíduos posicionados nessa categoria ocupam-se das atividades que não exigem grandes esforços de raciocínio. São as atividades repetitivas, como nas fábricas de produtos mais simples, nos trabalhos mais rudes das construções de prédios, da lavoura e carregadores em geral, além de outras atividades.
Esse mal remunerado trabalho que faz o indivíduo passar por cansativos esforços físicos, em situações, às vezes, as mais inóspitas, vai lhe despertando o desejo de lutar por alcançar melhores posições na sociedade.
Preso dessa insatisfação, seu raciocínio começa a buscar especializações profissionais que possam proporcionar melhores condições de trabalho e remuneração.
Esforçando-se para isso, distancia-se cada vez mais da indolência silvícola e galga promoções, de encarnação em encarnação, que o posiciona na qualidade de operário categorizado. Mas o irresistível fluxo ascendente de vida não o deixa sentir-se contente. Uma vez melhor remunerado acende nele o desejo de riqueza. Possuir mais. Principalmente sob a pressão dos meios de publicidade que exibem decantadas belezas em propostas de falsas facilidades para o adquirir isso, ou aquilo.
Porém, na condição de operário, mesmo categorizado, se vê limitado pelas vontades do patrão, e toda aquela ilusão mercantilista que o seduz continua fora do seu alcance. Insatisfeito, sente lhe despertar uma idéia, que ele qualifica de magnífica: tornar-se seu próprio patrão. Trabalhar por conta própria.
Essa idéia doura-lhe os sonhos e o faz imaginar que assim fazendo ficará mais próximo das facilidades e comodidades que deseja adquirir. Esses pensamentos tomam sua mente por todos os dias, e ele passa a perseguir tal realização.
De encarnação em encarnação vai se sentindo cansado, e cada vez mais dedica esforços para deixar aquele degrau no qual se sente oprimido. O ilusório domina-o completamente. E só um objetivo ele tem em mente: Ser como os que se mostram destacados na sociedade.
Nesse ponto, o indivíduo está pronto a passar ao degrau seguinte.
Esse fato que citamos nos leva a observar que deste esse início do transitar pela sociedade humana, a Mônada já demonstra preferência pelo ilusório. Acima falamos só do atrativo da riqueza, porém, outros estímulos a levam rumo aos desastres maiores. Apegando-se ao ilusório, e não o obtendo, frustrado o indivíduo se deixa arrastar pelos descaminhos do alcoolismo, prostituição e um sem número de delitos marginais.
Continuaremos na próxima apostila.

Bibliografia:
Autor Título Editora

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - questões 166 a 196 - 536 a 540 - 614 a 957 - Livraria Allan Kardec Editora
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 5 e capítulo 8 item 5/7 - Livraria Allan Kardec Editora
André Luiz/Francisco C. Xavier - Missionários da Luz - páginas 223 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Annie Besant - Um Estudo sobre a Consciência - página 119 - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - Federação Espírita Brasileira
Bot Toben e Fred Alan Wolf - Espaço-Tempo e Além - páginas 16, 41 e 107 - Editora Cultrix
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volumes I - II e V - Editora Pensamento
Manoel P Miranda/Divaldo Franco - Painéis da Obsessão - página 7 - Livraria Espírita Alvorada Editora
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Página 72, 95 e 243 - Livraria Allan Kardec Editora
Revista Veja - Edição 1915 - 27 de Julho de 2005 - página 103 - Editora Abril


Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Agosto de 1996
Revisão Outubro de 2005

Serie A Criatura 24/28


A CRIATURA



A descrição dessa intrigante viagem de nossa Mônada viajora, aquela tímida e inexpressiva figurinha quando em seus passos iniciais no plano Monádico, atingiu o ponto culminante na apostila anterior. Nossa Mônada chegava ao nível evolutivo máximo possível nesta Terra densa, dentro do atual ciclo.
Antes de prosseguirmos com os comentários, re-analisando o período de sua trajetória humana neste planeta, apreciação que não podemos dispensar, pois que ela nos dará a visão global dessa transmutação, apresentaremos a figura a seguir na qual veremos toda a viagem evolutiva empreendida por essa aventureira. A consciência de cada um.
Olhar essa figura é como olhar uma coletânea de fotografias próprias. Daquelas que existem em todas as famílias quando os pais, entusiásticos, vão colecionando as fotos dos filhos à medida em que eles crescem.
Na figura está todo o passado da criatura vivente na Terra. Olhando-o, e reflexionando em suas experiências, podemos muito bem imaginar quão venturoso será o futuro.
Já evoluiu-se tanto. E nessa expansão constante, as dimensões universais que hoje ainda parecem intransponíveis, se tornarão vielas que a criatura cruzará num piscar de olhos.
Mas não serão as dimensões a encolher, e sim o indivíduo a crescer. Daí, os passos, miudinhos de início, se agigantarão. Com os pés sobre um planeta dará as mãos a outro seu igual postado em outra esfera. O universo ficaria pequeno. E´ por isso que ele também expande, já diz a ciência, por que senão, como iria comportar tantos e tantos gigantes.
Só mais uma informação antes de olharmos nosso passado. Em 1979 tivemos a felicidade de conhecer o livro A Grande Síntese, obra inspirativa canalizada por Pietro Ubaldi. Estudá-lo foi a porta que se nos abriu, descortinando o ilimitado horizonte da metafísica. O primeiro degrau. Foi a partir dele que, também por inspiração, demos início ao estudo que ora se faz, bem como a idealização desta figura. Vamos a ela.
Ponto "A" na figura, foi o momento da partida, o despontar da centelha de vida;
ponto "B", chegada e vivenciamento no reino mineral da Terra, (apostila 12);
ponto "C", regresso ao plano Astral onde fortalece o protótipo de seu corpo Astral;
ponto "D", retorna à Terra física, agora ao reino Vegetal, (apostila 12);
ponto "E", tendo passado por toda a escala de espécies vegetais, retorna ao plano Astral, consolidando ainda mais o protótipo do corpo Astral. Agora contendo amostra das sensações;
ponto "F", outra vez volta à Terra física para, no reino Animal e passando por todas as espécies, dirigir organismos mais complexos, (apostila 13);
ponto "G", o grande momento, quando, despertando no plano Mental Superior, atinge a condição de Individualidade;
ponto "H", naquele plano dá início à formação do que será o seu corpo Causal, condição para dar seguimento à extensa viagem, (apostila 14);
ponto "I", desce ao Mental Inferior dando partida à formação do corpo Mental, (apostila 15);
ponto "J", segue ao Astral ativando ainda mais o protótipo do corpo Astral, dando ao mesmo o princípio da forma humana;
ponto "K", retorna ao Mental Superior e consolida ainda mais o corpo Causal com vistas ao novo tipo de jornada a ser empreendida;
ponto "L", segue ao Mental Inferior e ativa um pouco mais o corpo Mental, pois agora suas ações estão sendo feitas no reino Elemental, (apostilas 17 e 18);
ponto "M", por reflexo das providências acima, também o corpo Astral mais se anima;
ponto "N", vencendo o tempo no reino Elemental retorna ao plano Mental para novos preparativos e dinamizações do corpo Mental;
ponto "O", assim constituído, o corpo Astral também já possui em definitivo as características humanas o que permitirá o passo seguinte;
ponto "P", inicia a fase humana e nesta, durante longérrimos milênios, fortificará os corpos Mental e Astral, (apostila 19):
ponto "Q", encerra a fase humana recolhe-se ao plano Mental.
Agora passa a outro grande momento de sua vida. Com o corpo Mental bem definido e desenvolvido, não necessitará mais dos retornos à vida física. O ciclo agora estará entre o plano Mental e o Astral;
ponto "R", descerá apenas até ao plano Astral, e deste, vencendo a necessidade de permanências nos planos da fase Evolutiva Humana, alçará vôos maiores, "subindo" aos planos da fase Evolutiva Super-Humana, (apostila 15), que na figura representamos com a seta se dirigindo à origem "A". A grande viagem está recapitulada.
Uma vez que através da figura 24A pudemos recapitular a trajetória da consciência nesse largo espaço de tempo que tem passado neste planeta, sigamos agora à análise conceitual de cada uma das fases percorridas como personalidade humana.
Apesar de nas apostilas 21 a 23 ter sido feito comentários dessa fase, torna-se, porém, necessário repassar um pouco mais demoradamente aqueles períodos para se compreender com total clareza porque a consciência vem de habitar, via veículos de manifestação, ambientes como o deste planeta.
Começamos lembrando, como se comentou na apostila 10, que a Mônada tem uma duplicidade de vida. Uma no plano Monádico, do qual não se ausenta nunca, e ali gozando da total integridade de seus poderes, e a outra, alternativamente em algum plano inferior aquele, onde, temporariamente, se manifesta através de um corpo apropriado.
Outro ponto a ficar bem claro é o da necessidade dela "descer" a esses planos de manifestação, como condição insubstituível para evoluir. Portanto, dois pontos que não devem ser esquecidos para se compreender as razões dessa viagem.
O histórico é o seguinte: O plano geral da obra da criação, na parte direcionada à evolução da criatura, ao que nos é dado saber, diz que as centelhas de consciência, em suas condições primárias, início de despertamento, recebem agregados de partículas de matéria em seus raios de vida. (Vide apostilas 10 e 11).
Essa junção resulta no que podemos chamar de agregado dual, ou seja, formado por duas partes distinta; o espírito e a matéria.
Nesse início tudo é muito simples e de pequena expressão volumétrica. Porém, na medida que se transforma evoluindo, a consciência, ao invés de permanecer "perdida" no meio de muitas, e animando só uma partícula, passa a ter um corpo inteiro só para si.
Com outras palavras isso significa o seguinte: no começo de suas experiências na Terra, no reino Mineral, a consciência é agregada a uma única partícula de rocha, por exemplo. Não precisa mais do que isso porque todo o transcurso daquela fase é feito sob inteiro controle de um Deva Grupal. A Alma Grupal.
Transpondo esse reino e passando aos outros, vai se especializando no comando de não mais uma única partícula, aquela que ela animava, mas de várias ao mesmo tempo. Isto é, já é capaz de tomar conta de um pequeno grupo de consciências, inferiores à ela, e que estão animando cada partícula do conjunto geral do qual ela também faz parte. Todavia, ainda sob a tutela de um Anjo Grupal. Até que num belo dia, e toda história tem seu belo dia, nossa amiguinha toma sob seu exclusivo cuidado a direção de um corpo inteiro.
Como se vê, já é alguma coisa mais importante. Mas, raciocinemos, o que é um corpo ? Não é o aglomerado de muitas partículas que chamamos moléculas ? E essas partículas são alguma coisa amorfa, sem vida ? Não ! Cada partícula, por mais ínfima que seja, e não importa a que reino pertença, tem em si uma conscienciazinha ali trabalhando.
Pietro Ubaldi, em A Grande Síntese, à página 95, editado pela Livraria Allan Kardec Editora, cita que "Cada individualidade resulta composta de individualidades menores (...)".
André Luiz, espírito, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, em seu livro Missionários da Luz, página 223, editado pela Federação Espírita brasileira, conta que "O homem do futuro compreenderá que as suas células não representam apenas segmentos de carne, mas companheiras de evolução, (...)".
Annie Besant, em seu livro Um Estudo sobre a Consciência, página 119, editado pela Editora Pensamento, assim relata:"Cada célula no corpo é composta de miríades de diminutas vidas, cada uma delas com a sua consciência germinal."
Retornando a Pietro Ubaldi no seu monumental A Grande Síntese, agora à página 243, acrescenta que "Cada célula tem, para isso, a sua pequena consciência, que preside ao seu recâmbio em todos os tecidos, em todos os órgãos."
Manoel Philomeno de Miranda, espírito, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, em seu livro Painéis da Obsessão, página 7, editado pela Livraria Espírita Alvorada Editora, assim se expressa quanto ao mesmo tema: "São bilhões de seres microscópicos, individualizados, trabalhando sob o comando da mente, (...)".
Os trechos acima, vindos de autores renomados e de autêntica credibilidade, explicitam sobre o lado oculto das partículas que compõem os corpos, revelando que cada uma delas, aos bilhões em cada corpo, é uma consciência em despertamento, comandadas por uma consciência maior, aquela que anima todo aquele corpo.
Assim sendo, a Mônada atingindo o portentoso nível da chamada condição humana de vida, toma o comando geral de um corpo só para si. O que, dentro da visão metafísica, ela está assumindo o controle de incontáveis outras consciências em estado inicial de despertamento, que, por isso mesmo, estão primitivamente agregadas às partículas que formam aquele corpo que lhe serve.
E´ complicado compreender o que acima ficou comentado ? Nem tanto assim. Pode haver alguma dificuldade para a compreensão, entretanto, estamos falando apenas sobre o encadeamento que a vida, como um todo, impõe a todas as criaturas. A interdependência de uns pelos outros.
Os grandes são formados pelos pequenos, que, por sua vez, são amontoados dos pequenininhos, e os pequenininhos ........ e a escala segue cada vez menor. Até quanto, não sabemos. Mas é assim que nos ensinam os inspiradores de A Grande Síntese, à página 95, citada acima.
Nesse encadear de ações, a consciência não só progride, como também impulsiona, com sua influência, o progresso daquele enorme contingente microscópico que lhe estrutura o corpo que usa. Mesmo porque, em tempos idos, essa Mônada condutora de hoje, já foi uma conscienciazinha conduzida, igual às tantas que agora conduz. Isso tudo faz parte da Lei das Atrações, que determina que embora distintas, consciência e matéria, terão, todavia, que se aproximar. "São distintos, mas é necessário a união do espírito e da matéria para dar inteligência a esta." (Pergunta 25 de O Livro dos Espíritos).
Daí, portanto, se constitui a irresistível necessidade que a consciência "sente" de "descer" à matéria. Ou seja, sua evolução depende do sucesso que obtiver nas vivências em contato com a matéria. Do domínio que sobre esta estabelecer, pois em si a matéria é composta de moléculas contendo miríades de consciência evoluindo por força da atração que a consciência evoluída exerce sobre elas.
Por isso, no início da viagem evolutiva precisam das Almas Grupais. Mais tarde, possuidoras dos recursos que a inteligência proporciona, já podem, por si mesmas, se autoconduzirem. Além disso, essa necessidade irrecusável de "descer" aos planos inferiores, é o irresistível fluxo de vida que a todos arrasta em direção ascensional.
Mas, e toda história também sempre tem um mas, aí começa a tragédia. Uma vez na matéria de nosso plano, e usando dos atributos de uma individualidade, quais sejam, inteligência e livre escolha, não apura de início sua vista. Isto é, o discernimento. Com a "vista descuidadamente turva", não faz distinção entre o que é real do que é ilusório, deixando-se arrastar pelas aparências. Dá mais valor ao ilusório que ao realístico.
Em virtude desse desvirtuamento medidas corretivas são tomadas para reverter os rumos que seguiam numa direção perigosa. Tais medidas tomam os nomes de dor, enfermidade, infelicidade, desilusão.
São estes instrumentos de que se servem os Administradores Cósmicos para chamarem os discípulos de "volta à casa do Pai", o ponto "A" da figura 24A. Entretanto, esclareçamos: estes instrumentos são de aplicação automática, feita pela própria consciência sobre si mesma. Não se tratam de aplicações penais, tipo tribunal, julgamento e sentença. Não.
A figura que representamos aqui ao lado demonstra o indivíduo caminhando por suas próprias pernas sempre na direção ascensional. Todavia, dado aos desviamentos, em certo momento do trajeto terá de defrontar-se com o portão do Carma e do Dever, em reencarnações sucessivas, e nestas acertar-se consigo mesmo.
Ao fundo da figura, simbolicamente, a fonte de irresistível atração, e, como vemos, não há nenhum outro caminho que permita atingi-la, a não ser passando pelo "pórtico" seletor.
Para o Cosmo, não importa o tempo que o indivíduo consumirá para percorrer esse trajeto, até porque, para o Cosmo, tudo é um eterno Presente. Ao indivíduo, sim, competirá decidir a velocidade de seus passos, que serão progressivamente mais rápidos na medida em que se sentir cansado das ilusões da matéria.
Uma ilusão que a própria ciência terrestre já começa a dar seus sinais de que, realmente, tudo o que tocamos e vemos é produto da incapacidade dos nossos sentidos de registrar o REAL acontecimento.
Exemplo seguindo a figura 24B: o que aos nossos sentidos se parece sólido é, na verdade, um aglomerado de átomos movimentando-se vertiginosamente. Nesse vertiginoso movimento ocupam espaços sucessivos, provocando a ilusão do sólido.
O exemplo continua: por sua vez o átomo não é uma esfera sólida. O vemos ampliado no segundo quadro da figura. Ele é composto por um núcleo e elétrons que giram em torno desse núcleo.
O núcleo também não é um sólido. Ampliado no terceiro quadro da figura, vemos que ele é composto por prótons e nêutrons. E assim, prossegue a escala de componentes cada vez tendendo ao infinitamente pequeno.
Tudo isso já é do conhecimento de qualquer adolescente cursando as noções de ciências básicas. Agora, quanto à ciência acadêmica, esta, também dá sua contribuição afirmando que o Universo que habitamos, na forma que o vemos e sentimos, é resultado da incapacidade dos nossos sentidos. Daí o nome ilusão que, desde as mais antigas instruções metafísicas vindas das religiões orientais é chamada de Maya.
Quanto à citação da ciência acadêmica para essa questão, fazemos referência a Alain Aspect, francês, e David Bohm, inglês. O primeiro fez a constatação de que as partículas subatômicas, digamos o elétron, comunicam-se instantaneamente uma com outra, mesmo que estejam separadas por astronômicas distâncias. Diz Alain: "Mesmo que a distância que as separa seja de bilhões de quilômetros, de alguma maneira uma partícula sempre sabe o que a outra está fazendo."
Em conseqüência da descoberta de Alain, David Bohm concluiu que, como já diziam as ciências do Oculto das religiões orientas, "o universo não é o sólido que pensávamos".
Não iremos detalhar, aqui, as temáticas de Alain Aspect e David Bohm. São complexas, como não poderiam deixar de ser, e foge ao propósito deste trabalho. Entretanto, a literatura mais atualizada das ciências quânticas traz todas essas informações. Aos que se interessarem...
Voltemos, então, à viagem de nossa Mônada, ingressada nesta, aparente, complexidade existencial. Contudo, a seqüência dessa descrição a faremos nas próximas apostilas, quando a encontraremos na condição de personalidade humana.
Veremos as forças que na primeira metade da fase do ciclo humano a prendem à matéria, e as outras que na segunda metade, desse mesmo ciclo, vai libertando-a do jugo da ilusão. Como diria Lao-Tsé: o jugo dos desejos humanos.
Nossa descrição abrangerá desde o raiar junto às civilizações primitivas, indo até ao ápice da compreensão da verdadeira função da vida na Terra: Atingir a Unidade que, neste planeta toma as feições de fraternidade. A grande recomendação messiânica de Jesus: "Amai-vos uns aos outros".


Bibliografia:
Autor Título Editora

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - questões 166 a 196 - 536 a 540 - 614 a 957 - Livraria Allan Kardec Editora
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 5 e capítulo 8 item 5/7 - Livraria Allan Kardec Editora
André Luiz/Francisco C. Xavier - Missionários da Luz - páginas 223 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Annie Besant - Um Estudo sobre a Consciência - página 119 - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - Federação Espírita Brasileira
Bot Toben e Fred Alan Wolf - Espaço-Tempo e Além - páginas 16, 41 e 107 - Editora Cultrix
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volumes I - II e V - Editora Pensamento
Manoel P Miranda/Divaldo Franco - Painéis da Obsessão - página 7 - Livraria Espírita Alvorada Editora
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Página 72, 95 e 243 - Livraria Allan Kardec Editora
Revista Veja - Edição 1915 - 27 de Julho de 2005 - página 103 - Editora Abril

Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Agosto de 1996
Revisão Outubro de 2005