terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Amor que neguei...



Corri todos os riscos, eu sei..
Fiz de tudo para negar o que sentia
Mas era mais forte que a minha vontade
Minha mente negava o que meu coração desejava!

Foi assim que entreguei-te o meu olhar insistente
Chamei sua atenção
Aos poucos, você correspondeu-me
Então, foi o começo de minha triste história.

Fui punido pelo resto de minha vida,
Aprisionado numa masmorra
Vendo a revolta crescer dentro de mim
Já não havia mais lágrimas

A dor era tão profunda que o amor que eu sentia
Aos poucos transformou-se em ódio mortal
Por tudo e por todos
Eu precisava da vingança

Foi assim que parti, caindo em profunda decadência moral
Combati muitos, sucumbi em sombras profundas
Tornei-me um senhor das trevas
Comandei legiões, não perdoava a ninguém

Meu exército era poderoso, imbatível
Busquei e aprisionei ao verdugo que tanto mal me causou
Castiguei-o até destruí-lo ao estado dum ovoide

Mesmo assim, meu coração não encontrou a paz
Por séculos sem fim, andei vagando e sugando vidas
Dilacerei muitos, tornei-me um demônio
Não perdoava, não amava mais nada e nem a ninguém

Negava-me a oportunidade de perdoar
Mesmo quando minhas próprias vítimas me perdoavam
Ainda assim, eu as odiava...tentando resgatar o que perdi
Vingando-me de todos e de tudo!

Foi tanto ódio guardado que caí em completa auto-destruição
Meus órgãos mais importantes se dilaceravam
Até mesmo minha mente se esvaía em devaneios umbríferos
Desci até onde nada existia de humano em mim

A dor e o ódio me dilaceravam como uma faca, que cortava minha própria alma
Extinguindo-me da existência das criaturas

Quando nada mais restava para resgatar de minha vingança
Dei-me conta de que havia sido amado um dia
Onde estaria aquela que tanto amor me ofereceu?
Era minha única lembrança da vaga paz, que ainda habitava em minha dor milenar

Então num esforço profundo, quase maior que meu próprio sofrimento
Chamei-te com a voz de meu coração
Morto estava eu para o universo, já não existia mais humanidade dentro de mim
Já não conseguia nem mesmo odiar, queria apenas ver-te uma última vez

Apaguei-me em morte da consciência
Ressuscitado fui por um beijo, dado com tanto amor
Trazendo-me de volta ao viver de minha individualidade
Havia se passado mil anos...e ainda tinha o seu amor em mim!

Chorei em seus braços, pedi o seu perdão e reconheci as minhas culpas
Meus crimes, todas as vítimas que fiz no tempo
Havia causado tanta dor, tanto sofrimento que não mereceria mais existir
Assim mesmo, anjo...vieste ao meu encontro, descendo até as regiões sombrias em que me pus

Alimentaste meu coração com seu amor e seu perdão
Lembro ainda de seus olhos a fitar-me no momento de meu despertar
Dizendo-me..."volte pra mim!"

Aqui estou meu anjo, nesse sonho consciente, recebendo-te novamente
Prometendo-te que irei ir até onde você está,
Mesmo que demore mais mil anos
Plantarei a paz, resgatarei todos os meu crimes

Porque amar-te é meu destino e o motivo de minha existência!
Encontrar-te-ei um dia...então livre das masmorras que aprisionaram meu coração
Para unir-me a ti...no país das estrelas!

Ghost