sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Série A Criatura 18/28


A CRIATURA



O estudo do reino Elemental vai se prolongando dado a sua importância na formação do SER, e, por conseguinte, a utilidade de conhece-lo. Afinal, depois desse estágio a Mônada envergará seu mais complexo veículo neste planeta. O corpo Humano. Daí, compreender-se, como falamos na apostila 16, que não seria, psiquicamente, possível um salto do reino Animal ao reino Humano, por causa da extensão da diferença entre os dois. Haveria, necessariamente, que ocorrer um interstício, no qual se elaborasse a amoldagem psíquica e veicular do indivíduo. E essa transposição adaptativa é feita através do reino Elemental.
Para conhece-lo melhor, em vista de que possam perdurar dúvidas, já na apostila anterior avisamos que nesta comentaríamos alguns outros trechos da vasta literatura que trata dos Elementais, no intuito de deixar bem definida suas presenças junto à Natureza e ao homem.
Inicialmente comentaremos trechos de autoria de Lancellin, espírito, extraídos de seu livro INICIAÇÃO, VIAGEM ASTRAL. Esse livro foi psicografado pelo médium João Nunes Maia e editado pela Editora Espírita Cristã Fonte Viva. Desde já queremos deixar ressaltado o valor literário e informativo desse livro. Realmente, excelente em seu tema.
Nosso comentário abaixo se refere ao diálogo do mentor espiritual Miramez com alguns de seus discípulos. No citado livro, Miramez é a presença principal. Ele é um mentor espiritual que acompanha, dando assistência, a vários estagiários no mundo Astral. Principalmente aqueles que, ainda encarnados, se desdobram durante o sono do corpo físico, e ali se projetam.
Um adendo: o ato de projetar o corpo Astral, e não só durante o sono do corpo físico, é um fenômeno sobejamente conhecido, e existem vários núcleos de estudos e treinamentos aqui no Brasil. Podemos citar o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, dirigido pela notável dr. Waldo Vieira, do qual, de seu livro Projeciologia, fazemos várias citações na série Mediunidade; o Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergia comandado por Wagner Borges. Aos que se interessarem saber mais, ao final desta apostila indicamos os respectivos endereços eletrônicos.
Voltemos ao tema. Falávamos que Miramez, em excursão com alguns discípulos, os instruía a respeito do Elementais. Falava da grandiosidade da obra da Criação e que só com o evolver das vidas é que vamos aprendendo e compreendendo o que chamamos de mistérios. E especificamente falando dos Elementais, aquelas criaturas menores, como veremos logo a seguir, explica a um de seus discípulos, que ninguém se encontra em uma escola de vida que seja diferente da qual todos os demais se encontram. Diferentes são apenas as classes, todavia o instituto educacional e o currículo escolar são um só para todos os seres. E no futuro, ensina ele, estas mesmas criaturas hoje ocupando as classes dos primeiros anos ocuparão os bancos escolares em que nos encontramos.
E prossegue o mentor dizendo que o tempo em que os seres ocupam percorrendo o reino Elemental até adentrarem no reino Humano, esse tempo é um segredo que só o tempo saberá contar. Mas informa da validade dessas criaturas nos serviços que prestam à Natureza. Ou seja, assim como todos os estágios anteriores, reinos Mineral, Vegetal e Animal, também o reino Elemental tem sobeja validade no conjunto da VIDA.
E na conformidade da categoria a que pertença, cada grupo de Elementais tem sua função específica, desempenhando-a sob o controle de um Ser Maior.
Sobre essa forma de atuação dirigida nos fenômenos da natureza, já havíamos demonstrado pela figura 17B da apostila 17. Ali estão os Devas menores cuidando de cada grupo específico de Elementais. Na figura os chamamos de os Devas Locais. Dentro dessa simplicidade é interessante reproduzir o que Miramez cita para caracteriza-las: "São crianças espirituais que querem para si quase tudo o que vêm."
Essa última nota de Miramez é uma confirmação das referências sobre trechos de André Luiz, constantes na apostila 16, a respeito da simplicidade e da amizade que os Elementais votam aqueles com quem simpatizam. Mesmo que estes os utilizem para ações maldosas, as quais não sabem distinguir se são boas ou não. Esse parâmetro, bom/mal lhes é desconhecido.
Miramez dá identificação aos Elementais, que são aqueles mesmos nomes já sobejamente conhecidos de todos. São os gnomos e as fadinhas. E informa algo relevante, repetindo o que expusemos em parágrafos anteriores, que os humanos de hoje já o foram gnomos ou fadinhas.
Os trechos comentados estão nas páginas 210 e 211, e eles, além de outras coisas, confirmam, repetimos, o que na apostila 16 opinamos sobre a linha evolutiva do Elementais.
Dissemos que essa linha não é uma paralela à linha evolutiva dos homens, mas que faz parte da mesma continuidade, ocupando o intervalo entre o animal e o homem. E a clareza das informações de Miramez não deixa margem a dúvidas. E´ acreditar, ou... preconceituosamente, continuar recusando.
Depreende-se dessa fase evolutiva o mesmo acontecimento a exemplo do que repetidamente acontece no reino Animal. À medida que um dos elementos se destaca dos demais, pelas aptidões desenvolvidas, vai separando-se do grupo. Essas aptidões criam, como vimos, condições para ele entrar e participar da fase evolutiva do próximo reino. Uma espécie de promoção.
Quanto a isso cumpre dar um esclarecimento. Essas promoções ao reino evolutivo seqüente ao que se encontra, não se dão a todo instante, atendendo um elemento ou outro que se destaque dos demais, como a informação acima possa fazer supor. Não, ela se dá em ciclos certos de mutações, e quando chegam suas épocas a promoção, ou transferência, atinge não um elemento, mas um lote de elementos daquela espécie em questão.
Se, por ventura, um elemento atingir o máximo evolutivo antes de se completar o ciclo evolutivo da espécie, permanecerá, este, em atividades junto à sua coletividade. Uma desvantagem para ele ? Não. Aprenderá ainda mais. Sedimentará, ainda mais, a base para o ciclo que virá. Isso vemos no gênero humano, onde, criaturas que evoluíram acima do comum dos homens, permanecem junto a estes os ajudando a igualmente se destacarem e, por sua vez, "crescendo um pouco mais".
E´ sabido que os pertencentes a uma coletividade caminham aos blocos. Só os recalcitrantes, nas eras das mutações cíclicas são, desses blocos, separados e levados para outras coletividades de igual nível inferior. Reprisarão as tarefas em ásperas experiências para abandonarem a teimosia.
De igual forma acontece aos Elementais. Etapa a etapa, dentro de seu Reino, vão dando maior consistência e definição de formas aos seus veículos de manifestação, e ao psiquismo, aproximando-os, a cada experiência que vivem, da futura forma humana que terão.
E´ por causa dessa variação de indivíduos, e de suas aptidões, desde os mais simplórios, considerando aqueles que a pouco saíram do reino animal, e aqueles outros que estão no limiar do reino Humano, que temos as diferentes formas "físicas" detectadas pelos clarividentes. Afinal, neste reino está ocorrendo a metamorfose do animal para o homem.
Todos já tiveram oportunidade de ver a mudança fisiológica da lagarta passando a borboleta. Tal transformação transcorre célula a célula. Até que da inicial e repugnante larva obtem-se o delicado e atraente inseto alado. Paixão até de colecionadores.
Assim também acontece com os elementais. Nos primeiros tempos são grosseiros e assustadiços em suas formas, tomando por princípio os padrões de estética a que o ser humano está habituado. Depois, vão se tornando graciosos e todos deles querem ter contato.
A figura 18A, numa forma simplista, mostra parte dessa metamorfose. Na coluna indicada por 1ª Fase temos o arcabouço inicial do Elemental. Nesse período, como se comentou na apostila 17, o corpo Mental é apenas um esfumaçado ovóide e o Astral pouco consistente. Na coluna da 2ª Fase, que se avizinha do limiar humano, o corpo Mental já delimita uma forma mais "palpável" e o Astral já apresenta contorno próximo ao dos humanos. (Vide figura 19C, apostila 19).
Quanto a suas formas corpóreas Miramez tem interessantes informações. Agora vamos encontrar esse mentor no livro por título Francisco de Assis, de sua autoria, também psicografado por João Nunes Maia, e editado pela Editora Espírita Cristã Fonte Viva. Na página 318 ele conta que Francisco e seus discípulos seguiam por uma estrada. Cansados da caminhada, resolveram parar e refazer as forças sob frondosa árvore. Com sua visão clarividente Francisco estava vendo os Elementais subindo e descendo pelo tronco da árvore. Eram diminutos e na forma humana, como ele descreve. Pareciam se divertir, mas na verdade trabalhavam para a natureza.
Dado as puras vibrações áuricas de Francisco, logo os Elementais o notaram e dele se aproximaram, tomando a graciosa intimidade de subirem por seu corpo. Imagino que como as crianças fazem nas brincadeiras com os papais e mamães.
Mas, a bem de se complementar nossa informação, deve-se dizer que nem todos os Elementais possuem forma graciosa. Alguns podem ser assustadiços. Vamos ver isso numa outra citação de Miramez, agora á página 357 do mesmo livro.
Numa outra passagem do trânsito da vida de Francisco, lá estava ele numa outra caminhada em companhia de seus discípulos quando dele se aproximou um lobo, animal normalmente feroz. Na presença de Francisco, porém, portou-se dócil. Recebeu os afagos do nobre homem e, novamente em sua visão clarividente, Francisco notou que alguns Elementais ali também estavam. Alguns, como Miramez narra, na forma de animais. Mas, igualmente ao lobo, não estavam agressivos.
Neste trecho acima, como advertimos, Miramez conta sobre as outras formas astrais dos espíritos do reino Elemental, a que, na narrativa. Apesar da forma, contudo, são tão bondosos quanto aos citados no comentário anterior.
E para completar essa descrição que tanto nos esclareceu quanto nos enterneceu, quando a ela tivemos nosso primeiro contato, comentaremos trecho da página 359 do citado livro, no qual ele conta que, estando Francisco à beira de um rio, falando do evangelho aos peixes, - Francisco tinha essa faculdade de poder conversar com os animais - viu caminhando sobre as águas o que ele chamou de espíritos das águas. E num dado momento, apresentou-se a Francisco um desses espíritos tendo, entretanto, o porte de rainha.
Recomendamos ao leitor atento a leitura dos livros indicados nos nossos comentários desta apostila. Sem dúvida, excelentes e inspiradores.
Não podemos, também, deixar de expressar que as narrativas de Miramez muito nos comoveram, todavia é forçoso voltar ao objetivo de nosso estudo e, para isso, lembramos que todos os trechos comentados confirmam o acerto de nossa opinião demonstrada desde a apostila 16. Além disso eles nos ensinam a ter reverência pelo que da natureza ainda nos foge à sensibilidade. Conclusão: respeitar mesmo não os vendo.
E concordem os homens ou não, nossos amiguinhos do reino Elemental vão, gradualmente, aproximando-se da complexa e grandiosa experiência humana. Porém, muitas coisas sobre eles ainda temos que aprender. Por exemplo, e só para especular: eles formam famílias, se reproduzem ? O tempo nos responderá.

Bibliografia
Autor Título Editora

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - 1º Livro caps. 2, 3 e 4 - 2º Livro cap. 1 - Livraria Allan Kardec Editora
Allan Kardec - A Gênese - páginas 111, 117, 118/140 19ª edição - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - No Mundo Maior - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Evolução em Dois mundos - Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco C. Xavier - Libertação - página 60 - Federação Espírita Brasileira
Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - página 62 - Editora Pensamento
Arthur E. Powell - O Corpo Causal e o Ego - Editora Pensamento
Áureo/Hernani T. Santana - Universo e Vida - páginas 59 e 110 - Federação Espírita Brasileira
Charles W. Leadbeater - O Plano Astral - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - Compêndio de Teosofia - páginas 13 e 19 - Editora Pensamento
Charles W. Leadbeater - A Mônada - Editora Pensamento
Edgar Armond - Mediunidade - página 14 - Editora Aliança
Elza Baker - Cartas de um Morto Vivo - páginas 37, 85, 86, 93 - Livraria Allan Kardec Editora
Emmanuel/Francisco C. Xavier - A Caminho da Luz - Federação Espírita Brasileira
E. Norman Pearson - O Espaço, o Tempo e o Eu - páginas 71 e 72 - Edição Particular
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume I págs: 105-118-145-146-177-260-266-268-306-308 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - volume II - páginas 56 e 198 - Editora Pensamento
Helena Petrovna Blavatsky - A Doutrina Secreta - Volume V - páginas 69 e 90 - Editora Pensamento
Itzhak Bentov - Á Espreita do Pêndulo Cósmico - Editora Cultrix/Pensamento
J. B. Roustaing - Os Quatro Evangelhos - Federação Espírita Brasileira
Lancellin/ João Nunes Maia - Iniciação - Viagem Astral - Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Miramez/ João Nunes Maia - Francisco de Assis - Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Pietro Ubaldi - A Grande Síntese - Livraria Allan Kardec Editora
Ramatis/Hercílio Maes - Mensagens do Astral - Livraria Freitas Bastos
Zulma Reyo - Alquimia Interior - páginas 254, 255, 312 e 313 - Editora Ground


Apostila escrita por
LUIZ ANTONIO BRASIL
Julho de 1996
Revisão Outubro de 2005